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A cultura da doação velada no Brasil

A origem


Na Bíblia, a caridade é a mais importante das três virtudes teologas (fé, esperança e caridade). No Brasil, um país cristão, 66% da sua população fez algum tipo de doação no ano de 2020, segundo o IDIS. Mas qual o motivo que faz a população pensar que não deve contar isso? Muitos acreditam que a filantropia e a caridade devem ser feitas de maneira despretensiosa, e que ao fazê-las não deve-se ganhar nada em troca. Isso inclui likes, elogios ou até mesmo uma exposição pessoal positiva.


Em fevereiro de 2020 a atriz Bruna Marquezine abriu sua mansão para abrigar crianças refugiadas e divulgou a ação em suas redes sociais. Ao invés do ato de bondade ser visto de maneira positiva, Bruna foi parar no topo da internet como oportunista. Muitos acusaram a atriz de ter bolado uma estratégia de marketing em cima de uma causa nobre. Esse caso mostra como muitas vezes o brasileiro prefere julgar se houve publicação ou exposição do que se houve um impacto positivo da ação social.


As consequências


Quando as ações sociais e as doações são feitas de maneira escondida, é criada uma impressão de que elas não acontecem. Essa impressão desestimula a caridade, pois, quando é possível enxergar que as pessoas ao seu redor estão preocupadas com o desenvolvimento sócio-ambiental do país, gera-se estímulo, inspiração e fomenta-se a cultura de caridade.

Por isso, é necessário deixar de assimilar as divulgações de ações sociais ao pretensiosismo e começar a relacioná-las com estímulos e inspirações para se fazer o bem.



Projeção


Em uma era digital, onde cada vez mais todas as áreas da vida das pessoas estão expostas, o altruísmo não ficou de fora. Se comparados os dados do IDIS de 2015 e 2020, caiu 19 pontos percentuais a quantidade de pessoas que concorda com a doação velada.


Em um tempo de crise e pandemia, onde muitas famílias dependem de doações e muitas outras famílias se tornaram doadoras, a empatia e a caridade se tornaram essenciais para atenuar as consequências das desigualdades no país. Portanto, hoje há cada vez menos um tabu a respeito do assunto e cada vez mais estímulos que fomentam a cultura da doação.



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